quinta-feira, 23 de abril de 2015

Messianismo






Historicamente, as palavras “messias” e “messianismo” estão vinculadas à religião israelita, tendo sua acepção popular associada ao profeta Isaías, de acordo com o pesquisador James Darmesteter, com base na Bíblia: “O povo que andava em trevas viu grande luz; os que moravam em terras de sobra da morte, a luz resplandeceu sobre eles, porque um menino nos nasceu, nos foi dado um filho; traz o governo em seus ombros. Se nome será Conselheiro, admirável, herói de deus, padre eterno, príncipe da paz, nascido para restabelecê-la e afirmá-la através do direito e da justiça, desde agora e para sempre.”

Embora não seja negada sua origem na religião israelita, a rigor, o judaísmo, de acordo com a pesquisadora Isaura Pereira de Queiroz, refinou tão conceito, caracterizando o “Messias” como o personagem concebido como um guia divino que deve levar o povo eleito ao desenlace natural do desenrolar da história, isto é, à humilhação dos inimigos e o restabelecimento de um reino terreno e glorioso para Israel. A vinda desse reino coincidirá com o “fim dos tempos” e significará a edificação do paraíso na terra.

Tal crença também seria reforçada pelo cristianismo, com a ideia do juízo final. Muito analisado sob o prisma teológico, o termo “messiânico” ganharia status nos estudos sociológicos, identificando-o com uma categoria de líderes religiosos e, ainda mais importante, diagnosticando as condições e os processos sociais relacionados ao seu surgimento.

O sociólogo alemão, Max Weber, observou a condição de exclusão sócio-econômica de determinados segmentos sociais como a variável de valor discriminatório mais relevante para o surgimento desses movimentos, embora, admita, essa não seja a única causa. Sob certos aspectos, o Nordeste brasileiro constitui-se uma região susceptível ao fenômeno: estrutura agrária ainda concentrada em latifúndios improdutivos; indicadores sociais ainda muito preocupantes, como as altas taxas de analfabetismo na população adulta; estiagens prolongadas. 

Fontes Consultadas:

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de: A Guerra Santa no Brasil: O movimento messiânico no Contestado, 1957. 

Como Citar Este Texto:

SILVA, José Luiz Gomes da. messianismo. Pesquisa Escolar do Nordeste. disponível em http://pesquisaescolardonordeste.blogspot.com.br acesso em: dia, mês e ano: Ex. 15 de ago. 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário