quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Jurema






José Luiz Gomes da Silva


Há muitos elementos convergentes entre as manifestações religiosas de etnia negra e ameríndia. O processo de colonização que colocou em contato as duas raças - e as subjugou sob os ditames do colonizador europeu - irmanou-as sob uma perspectiva: A luta de resistência contra a opressão e a preservação de seu legado cultural, entre os quais os ritos religiosos representam a sua expressão máxima. 

Essa convergência de propósitos provocou um entrelaçamento religioso, observado em diversas manifestações, onde é comum a presença de elementos mitigados entre as duas raças, sobretudo no Nordeste brasileiro, conforme é o caso da jurema, do toré, do candomblé e caboclo e da umbanda. Entre esses elementos, podemos mencionar o fumo, o transe, a ingestão de bebidas alucinógenas e a disposição dos participantes em círculos.

A jurema é uma bebida obtida a partir de um arbusto que leva o seu nome , sendo usada como fonte de comunicação entre antigos mestres e antepassados. No preparo da bebida são utilizadas as raspas de casca, podendo, ainda, ser utilizada as folhas, as raízes e as sementes. O preparo da bebida exige alguns cuidados, como a recomendação de que apenas alguém com posição hierárquica importante no grupo possa plantá-la, sair em sua procura e, em casos mais radiciais, preparar a bebida. Entre os indígenas, tal incumbência é do Pajé.

Bebida, culto e ao mesmo tempo uma entidade, a jurema é invocada durante a cerimônia, constituindo-se num ritual de fundamental importância para a sobrevivência sócio-cultural de diversos grupos indígenas. 

Como citar este texto:

SILVA, José Luiz Gomes da. Jurema. Pesquisa Escolar do Nordeste. Disponível em: http://pesquisaescolardonordeste.blogspot.com. Acesso: dia, mês e ano: Ex. 20. de set. 2015

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